VIVA AFRODITE! – SUPERINTERESSANTE E O DISCURSO SOBRE SEXUALIDADE FEMININA

Elisa de Magalhães e Guimarães

Resumo


O presente trabalho traz um recorte da análise empreendida ao longo do mestrado em Estudos de Linguagem da Universidade Federal Fluminense. Filiado ao quadro teórico-metodológico da Análise do Discurso desenvolvida por Michel Pêcheux (1997 [1969]), o projeto de pesquisa em andamento tem como objetivo apontar os possíveis efeitos de sentido sobre masculino e feminino gerados pelo discurso da revista Superinteressante. Para isto, foram analisadas reportagens de capa que se debruçam sobre assuntos relacionados a gênero, sexualidade e comportamento, publicadas desde o lançamento da revista, em 1987, até 2015. Neste recorte, propomos abordar a forma como a sexualidade feminina comparece nas páginas de Superinteressante. Inserida no campo da divulgação científica, Superinteressante coloca em circulação determinados dizeres sobre a sexualidade da mulher, mobilizando uma memória sobre o que é o desejo feminino e gerando efeitos de sentido a seu respeito. Em nosso imaginário social, a ciência ocupa uma posição privilegiada de detentora de uma objetividade e de uma racionalidade plenas. Por sua vez, o discurso jornalístico se constitui como uma modalidade de discurso-sobre, atuando na homogeneização dos sentidos e na instituição de verdades (MARIANI, 1996). Assim, ao colocar tais dizeres em circulação, Superinteressante lhes confere um caráter de verdade científica. Na análise realizada até o momento, percebemos que o desejo sexual da mulher comparece no discurso da revista de quatro formas: como reprimido pela sociedade, como um mero complemento ao desejo sexual masculino, como um mistério a ser resolvido ou como uma porta de entrada para o consumo.

PALAVRAS-CHAVE: divulgação científica, mulher, sexualidade, análise do discurso.


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