O FUNCIONAMENTO DISCURSIVO DO SILÊNCIO NO DEPOIMENTO DO CORONEL CARLOS ALBERTO BRILHANTE USTRA À COMISSÃO NACIONAL DA VERDADE

Sarah Moreira Casimiro

Resumo


Neste artigo propomos, com base no campo teórico-metodológico da Análise de Discurso de linha francesa (Pêcheux, 1969), apresentar parte dos resultados parciais do projeto de dissertação de mestrado a ser defendido no Programa de Pós-graduação em Estudos da Linguagem da UFF.  O objetivo deste estudo é apresentar uma das análises que compõem a nossa pesquisa, mostrando como se dá o funcionamento discursivo do silêncio na fala do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, que depôs à Comissão Nacional da Verdade no dia 10 de maio de 2013, a fim de colaborar com a investigação em torno dos crimes cometidos na ditadura militar brasileira. Para isso, faremos intervir dois conceitos importantes trabalhados por Orlandi (1992; 2017): o silêncio e a narratividade. Tais conceitos serão trabalhados neste artigo a partir da análise da imagem que o coronel Ustra faz do outro como terrorista. Com isso, procuramos demonstrar como a expressão “terrorista” serve não só para englobar, em diferentes momentos históricos, diversas pessoas que resistem ao governo vigente, como também serve para silenciar outras possíveis formas de significação.


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