(DE) CISÕES DO MODERNISMO: ESTUDO COMPARATIVO DA CORRESPONDÊNCIA DE ANTÓNIO DE ALCÂNTARA MACHADO

Mônica Gomes da Silva

Resumo


António Castilho de Alcântara Machado D’Oliveira (1901-1935), cuja produção surge no segundo período modernista, não compartilha a euforia da Semana de Arte Moderna de 1922 e presencia o início do desmembramento do grupo. É perceptível, nas cartas, sua postura combativa e crítica, a linha de continuidade dos assuntos e temas da obra literária e jornalística do escritor. O artigo aborda as funções desempenhadas pela carta descrevendo o seu caráter múltiplo e trata de um dos pontos principais da tese a ser defendida, a função utópica da carta que, no Modernismo brasileiro, é instrumento de ação/ reflexão dos intelectuais daquele momento, propagando a articulação de projetos editoriais, a circulação de manuscritos de textos inéditos e de apreciações críticas sobre as obras e o próprio movimento de vanguarda. A utopia emerge como possibilidade de construção de outra realidade, aposta no futuro, abertura ao diálogo, ampliando a perspectiva temporal da carta.

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