MAIS VOZES PARA O CORO: A QUIEN CORRESPONDA, DE MARTÍN CAPARRÓS

Máximo Heleno Rodrigues Lustosa da Costa

Resumo


O argentino Martín Caparrós oferece, em seu livro A quien corresponda (2008), mais uma voz ao coro que compõe o amálgama de história oficial, testemunhos, revisões e as realizações literárias, imbricações que problematizam a estabilidade do conceito de História, sobretudo quando tematizam acerca das memórias da última ditadura militar daquele país. Carlos, o protagonista, militou em grupos da esquerda durante o regime ditatorial e, 30 anos depois, está ciente de que fez parte da “generación más fracassada de esta larga historia de fracasos que es La historia argentina” (Caparrós, p. 25, 2008). Passando por uma reflexão a respeito da incapacidade da linguagem para contemplar toda a dimensão da experiência, “La tortura es una forma barata de llamarlo: gentileza hacia ellector o el interlocutar, una manera de la deferencia o de la cobardia – una agachada” (Caparrós, p. 26, 2008), Caparrós, sem meias palavras desenvolve uma leitura que não poupa ninguém, principalmente o povo argentino. O próprio título do livro funciona como uma acusação que, na linguagem popular, poderia ser traduzido como “para quem sirva a carapuça”.

PALAVRAS-CHAVE: Literatura pós-ditatorial, ditadura militar, Argentina.


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