ÁREA DE PROTEÇÃO À EXPRESSÃO: UM ESTUDO DE RELAÇÕES DISCURSIVAS EM ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL
Resumo
No Brasil, as políticas de proteção ambiental - embora necessárias - desconsideram a população tradicional que vive em áreas de proteção ambiental. Esse tipo de postura caracteriza-se por uma visão preservacionista para a qual a natureza é um ente intocável, sendo o homem seu constante e potencial agressor. Essa população, composta por sujeitos que se instituem de acordo, dentre outros elementos, com a relação que estabelecem com a natureza ao longo do tempo, construindo, assim, a identidade de população tradicional que tira dessa natureza o seu sustento. No âmbito da linguagem, os diferentes posicionamentos diante do manejo com a natureza podem gerar políticas de silenciamento, por parte de especialistas ambientais e consequente resistência a tais políticas por parte da população tradicional. A presente pesquisa objetiva analisar as estratégias de silenciamento e resistência materializadas no Plano de Manejo, nas cartas e atas produzidas por Associações comunitárias nos espaços de comunicação da APA Macaé de Cima, localizada na região serrana do Rio de Janeiro. O instrumental teórico que norteia esse estudo fundamenta-se nos pressupostos da teoria Semiolinguística de Análise do Discurso proposta por Patrick Charaudeau, bem como nas pesquisas acerca das estratégias de silenciamento e resistência da professora Eni Puccinelli Orlandi. Os estudos sobre os processos de referenciação e designação também auxiliam servem de instrumento para a análise do corpus. Pretende-se, portanto, por meio do referido estudo, contribuir para a valorização do diálogo no contexto das políticas ambientais.
PALAVRAS-CHAVE: Análise do Discurso - Semiolinguística – Silenciamento – Discurso de Resistência
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