AS PAIXÕES E A VERIDICÇÃO NA COBERTURA DE VEJA DO ‘CASO JOÃO HÉLIO’

Marcos da Veiga Kalil Filho

Resumo


A comunicação exige um crer e um saber, caracterizados como um ato epistêmico e outro interpretativo, para concluir o seu fazer persuasivo. As paixões, por sua vez, gerarão efeitos de sentido passional observáveis por meio de arranjos sintagmáticos e da análise do discurso como um todo. Assim, com base nos estudos da veridicção e da verossimilhança, iniciados por Algirdas Julius Greimas, e na Semiótica das Paixões, o presente trabalho explorará as formas pelas quais o contrato fiduciário estabelecido entre enunciador e enunciatário previsto da revista Veja privilegiam o estabelecimento das relações categóricas de verdade e mentira. A coerência desse funcionamento discursivo com o tratamento da temática da violência baseado nas paixões da insegurança, do medo e do ódio reforçará uma gestão identitária que busca sublimar a alteridade, reificando o antissujeito “bandido” ao objetificá-lo e animalizá-lo. Tal estratégia se instaura em um processo de desreferencialização dos Direitos Humanos, que deixam de ser tratados em seus valores de universalismo e igualdade, para representarem um inimigo dos “cidadãos de bem”.

PALAVRAS-CHAVE: Semiótica, Semiótica Tensiva, Comunicação Social


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