NOVAS SUBJETIVIDADES CRIADAS N’A CAVERNA CONTEMPORÂNEA

Adriana Gonçalves da Silva

Resumo


O romance A caverna do escritor português José Saramago, publicado em 2000, traz como enredo o dilema vivenciado por uma personagem que possui uma subjetividade muito atrelada à sua profissão; trata-se de um oleiro chamado Cipriano Algor. Ocorre que a olaria e seus produtos não atraem mais os consumidores, e o Centro comercial, com o qual Cipriano Algor mantinha transações em caráter exclusivo, deixa de comprar seu fornecimento mediante o surgimento de um novo produto no mercado capaz de imitar o barro a baixo custo. O mercado é simbolizado por este Centro comercial e seu caráter agressivo, prefigurado no relato de sua expansão física em que ele altera a paisagem ao seu redor modificando as memórias daquele espaço. Sendo este Centro também de caráter residencial ele oferece um novo modus vivendi aos que optam por lá morarem. Em uma sociedade em que o valor do indivíduo passa a ser o seu poder de aquisição, personalidades são formuladas em prol do nascimento do indivíduo apenas enquanto consumidor. Nesse romance, em diversos momentos as subjetividades serão atingidas exigindo das personagens uma adaptação ou adequação ao que é imposto pela sociedade e de forma mais emblemática pelo mercado que gerencia os gostos e o consumo. Objetiva-se neste trabalho apontar quais as formas de opressões vivenciadas pelas personagens e como elas alteram, ou deveriam alterar, suas subjetividades em prol da dinâmica de mercado. Para pensarmos as estratégias de poder utilizaremos contribuições de Foucault e em relação às subjetividades enquanto constructo do capital, utilizaremos Sennett.

PALAVRAS-CHAVE: A caverna, Mercado, Subjetividades.

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