O ORGÂNICO, O SUBJETIVO E O MAQUÍNICO EM ERASERHEAD, DE DAVID LYNCH

Eduardo Gerdiel Batista Graça

Resumo


O presente trabalho é uma resenha crítica do filme Eraserhead, do cineasta estadunidense David Lynch. Marcado por uma estética híbrida entre o surrealista e o absurdo, o filme nos oferece interessantes elementos audiovisuais e narrativos para uma discussão acerca dos limites ontológicos entre o animal, o humano e o maquinal. Além de observarmos como o filme evidencia os inconstantes e conflituosos movimentos de conjunção e de distinção entre estas categorias, discutiremos ainda as possíveis relações entre as imagens e os dramas concebidos por Lynch em seu trabalho de estreia no cinema de longa-metragem e algumas teorias pertinentes ao tema destacado em nossa leitura da obra em questão. Precisaremos, portanto, recorrer tanto às dicotomias clássicas entre pathos/logos e bios/zoé; quanto a teorias contemporâneas, como o estudo sobre a “máquina antropológica moderna”, desenvolvida pelo filósofo italiano Giorgio Agamben em O Aberto, e o conceito de “mecanismos de poder” que o pensador francês Michael Foucault desenvolve em Vigiar e Punir. Além de abordarmos estes conceitos canônicos, também trataremos de proposições teóricas desveladas por textos literários como “O jogador de Xadrez de Maelzel”, de Edgar Allan Poe, “O rouxinol”, de Hans Christian Andersen, e “Na colônia penal”, de Franz Kafka, para abordarmos as dimensões orgânicas, subjetivas e maquínicas do pensamento humano, conforme apresentadas pelo filme de 1977.


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