PAPÉIS AVULSOS: UM DIÁLOGO ENTRE AS DIFERENTES FORMAS NARRATIVAS PARA A CONSTRUÇÃO DE UMA UNIDADE

Resumo

A nossa proposta neste artigo é apresentar um diálogo entre os contos que fazem parte da coletânea Papéis Avulsos, do escritor Machado de Assis, destacando a sua repercussão crítica após a consagração do romance Memórias Póstumas de Brás Cubas e, também, a continuação de uma prosa mais ousada, com muita ironia, humor e pessimismo. Além desses aspectos, analisamos ainda a informação descrita por ele na Advertência da coletânea, observando que tais contos não teriam sido reunidos ao acaso, pois haveria em seu conjunto, uma certa unidade. A partir desse relato, procuramos estabelecer uma leitura mais homogênea do livro, realçando a sua força crítica sobre as questões abordadas nos contos, como: a ciência, a política, a sociedade e o indivíduo. Essa característica presente em Papéis Avulsos seria estruturada, segundo propomos neste trabalho, a partir da utilização por Machado de diferentes modelos narrativos, propiciando, assim, um diálogo com outros tipos de discursos e, ao mesmo tempo, reinventando-os em uma nova forma de composição textual, que renovaria a prosa do escritor brasileiro de forma definitiva.