OS EFEITOS DE OBJETIVIDADE E SUBJETIVIDADE NA ENCENAÇÃO COMUNICATIVA

Ivana Quintão de Andrade

Resumo


Quando nós, professores de língua portuguesa, falamos de ensino de leitura, devemos, primeiramente, nos questionar sobre a nossa posição teórica acerca da linguagem, já que esse é o olhar que acabará definindo o modo como conduziremos essa importante atividade escolar. Neste trabalho iremos considerar a linguagem como um objeto de duas faces constituído de uma camada explícita (o que está na superfície textual) e de uma camada implícita (a camada submersa). Desse modo, pretendemos contribuir para as atividades escolares de leitura que se ocupam dos efeitos de sentido gerados pelas escolhas linguísticas feitas pelo sujeito-escritor. Nosso objetivo é observar como esse sujeito, ao se representar no enunciado, constrói os efeitos de objetividade e subjetividade que, no ato de comunicação, se configurariam em “máscaras do dizer”. Nossa hipótese é a de que, se é possível encontrar marcas de subjetividade num texto considerado objetivo, então também deve ser possível encontrar marcas de objetividade num texto considerado subjetivo. Com base no conceito de encenação comunicativa, e nos modos de organização do discurso, com ênfase ao narrativo e ao descritivo, da Teoria Semiolinguística (CHARAUDEAU, 2014), procuraremos levar o aluno a perceber que, muitas vezes, as palavras e as frases presentes nos textos podem, ao invés de revelar, esconder efeitos que só poderão ser “desmascarados” se se extrapolar o enunciado e se fizer uma imersão na enunciação.

PALAVRAS-CHAVE: Leitura escolar, Semiolinguística, Objetividade, Subjetividade.


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