IMPEACHMENT E GOLPE: UMA DISPUTA (BÉLICA) DE/POR SENTIDOS
Resumo
O presente trabalho tem como objeto as materialidades discursivas do discurso jornalístico sobre a instauração do processo de impeachment da ex-presidenta Dilma Roussef discursivizado como uma batalha. O corpus será construído a partir dos jornais O Globo e Brasil de Fato, em suas edições de 18/04/2016 – dia posterior à votação, na Câmara dos Deputados, do processo. Sobre este evento, levaremos em consideração a distinção teórica entre os conceitos de acontecimento discursivo, histórico e jornalístico. O trabalho, fundamentado no aporte teórico da Análise do Discurso materialista, inaugurada por Michel Pêcheux na década de 60, almeja compreender o discurso quanto objeto teórico. Mobilizaremos as noções de memória discursiva, paráfrase, polissemia e silêncio como norteadoras para pensar o que chamamos de sítio bélico de sentidos. Serão focalizados os efeitos de sentidos produzidos pelos jornais através de repetição, estabilização, silenciamento e deslocamento no espaço midiático – historicamente privilegiado com status institucional – de (re)produção e disputa de sentidos. No movimento de análise, nos engajaremos em um gesto (possível) de, a partir da materialidade, questionar as evidências produzidas pelo funcionamento da ideologia no discurso dos sujeitos nos jornais ao identificar-se, ou contraidentificar-se com tais ou quais formações discursivas pondo, produzindo certos (efeitos de) sentidos sobre o referente discursivo (o impeachment/golpe). Assim, para orientar a análise, algumas questões serão postas, como: como o impeachment/golpe se discursiviza como uma batalha? O que se estabiliza e o que rompe? Há contradição?
PALAVRAS-CHAVE: batalha, impeachment/golpe, discurso jornalístico
Texto completo:
PDFApontamentos
- Não há apontamentos.