CÉUS E TERRAS DO BRASIL: UMA LEITURA DO RELATO
Resumo
O presente trabalho tem por objetivo discutir, no contexto do Romantismo brasileiro, aspectos relacionados à representação da natureza no relato de viagem de Visconde de Taunay (1843 – 1899): Céus e Terras do Brasil (1882). Levaremos em conta precisamente toda a sua bagagem como escritor brasileiro do século XIX e a aproximação da sua escrita com os naturalistas europeus que deixaram seus registros sobre a natureza do Brasil. Para tanto, é importante entender a tradição de viagem – já que Taunay era um “escritor – viajante” (Castrillon – Mendes) – não apenas como produtora de conhecimento científico, mas também de impressões esteticamente válidas para os propósitos nacionais. O sociólogo Marcelo Fetz (2013) afirma que no século XIX “os cenários indescritíveis, observados, sentidos e vividos pelos viajantes necessitavam de uma linguagem para além do científico” e o recurso literário parecia o mais fundamental, “sobretudo quando se era apresentada uma descrição poética dos sons, dos cheiros, das cores [...] que compunham os diferentes cenários naturais”, com isso ele observa a tentativa desses escritores de mostrar o mundo sensível como orgânico. Isso também acontece na escrita de Taunay, pois a ênfase dada à descrição dos espaços constrói a paisagem que ele quer que o seu leitor veja, tendo uma implicação direta na relação com a questão do nacional. A paisagem que Taunay nos apresenta não funciona apenas como cenário tal qual na tradição clássica, ela tem papel, funciona como personagem, agora não mais como espaço de mera composição decorativa. O nosso estudo será traçado pelo viés da aproximação entre aspectos relativos à viagem e à representação do mundo natural associados à dita Ciência Romântica.
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PDFReferências
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Quadros:
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