A METAFICÇÃO EM HHhH E CHARLOTTE
Resumo
O cenário literário atual expõe, com forte intensidade, novas formas de escritas literárias que possuem a preocupação de não serem vistas como literárias ou ficcionais. O importante é apresentar uma dada realidade, especialmente aquelas que remontam a um evento histórico, cujo fim seja “fabricar um presente”. Partindo desta reflexão, este artigo (fruto da dissertação de mestrado em elaboração) pretende apresentar uma dessas vertentes literárias conceituais atuais: a metaficção. Embora sua origem esteja na década de 1960, no esteio do novo realismo, é mobilizada crescentemente pelos escritores do século XXI. Assim sendo, apresentaremos como esse conceito (enquanto chave de leitura) permite a análise, ainda que preliminar, de dois romances contemporâneos franceses: HHhH, de Laurent Binet e Charlotte, de David Foenkinos. Ambas as obras situam seu contexto histórico na Segunda Guerra Mundial. O objetivo é mostrar de que modo as duas produções literárias adotam, com maior ou menor intensidade, recursos metaficionais com finalidades díspares: a primeira, com uma exacerbada fidelidade ao evento pretérito e, a segunda, como justificativa existencial por uma estetização da realidade histórica.
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