A LITERATURA EM CENA: WOODY ALLEN LEITOR DE DOSTOIÉVSKI

Paulo Mendonça

Resumo


O objetivo deste trabalho é investigar de que maneira Woody Allen (1935 –), em obras cinematográficas como Crimes e pecados (1989), Match point (2005) e Homem irracional (2015), dialoga abertamente com algumas das principais temáticas presentes nas narrativas de Fiódor Dostoiévski (1821 - 1881). Deste autor, analisaremos, sobretudo, os romances que fazem parte do período que o biógrafo Joseph Frank (1918 – 2013) chamou de fase madura, isto é, Memórias do subsolo (1864), Crime e castigo (1866), O idiota (1868), Os demônios (1871) e Os irmãos Karamázov (1880). Assim como Dostoiévski pode ser considerado o romancista-filosófico por excelência (SCHANAIDERMAN, 2009), assim também Woody Allen é merecedor dessa alcunha. Não obstante em seus filmes o diretor norte-americano opte, quase sempre, pela veia cômica, podemos observar que isso não o impede de visitar - e revisitar sem o menor pudor - temas caros à filosofia que foram, alguns pioneiramente, discutidos por Dostoiévski no âmbito da ficção. Com especial atenção, vamos nos debruçar sobre o dilema moral do indivíduo em face da liberdade a que se vê condenado (o livre-arbítrio) e a recusa à harmonia universal em um mundo cuja presença de Deus é posta em xeque.


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