EXISTÊNCIA, RELIGIOSIDADE E RESPONSABILIDADE NO TEATRO DE LUIS ALBERTO DE ABREU E JEAN-PAUL SARTRE

Janaina Soares Almeida Cruz

Resumo


A presente proposta pretende uma reflexão crítica sobre as peças O livro de Jó e Huis-Clos, dos escritores Luis Alberto de Abreu e Jean-Paul Sartre, respectivamente. Ambos os autores tratam de temas que nos afligem até os dias atuais, de modo que seus discursos contestaram, sob vários aspectos, as dissonâncias da sociedade vigente. Mais especificamente, interessa-nos pensar nos temas da angústia e do desamparo provenientes da responsabilidade do indivíduo diante de sua condição de liberdade, ao descobrir-se livre e frente às escolhas em sua própria existência. Em ambas as peças, a ação das personagens é colocada em reflexão. De um lado, Garcín, personagem de Huis-Clos, tem a liberdade de escolha de sair do quarto em que está confinado, mas se abstém desta responsabilidade; de outro lado, a personagem de Jó encontra-se, em diversas cenas, em inação, buscando em Deus a verdade e a responsabilidade frente suas próprias escolhas. Para anto, é na peça de Abreu onde os aspectos existenciais são explorados por meio da religiosidade e da fé. Muito além de fazer juízos de valor acerca de religião, aqui a proposta é pensar no que suscitam os martírios e provações pelos quais Jó passa, onde o questionamento da existência divina se faz presente em meio à responsabilidade de ação que deveria partir do indivíduo. Compreender os anseios do homem pós moderno frente às suas escolhas e a maneira com a qual ele lida com elas (referenciando, por vezes, a certa religiosidade) é um dos nossos objetivos. Ademais de pensar a importância que as peças têm para o século XX (principalmente no que tange os estudos do modernismo e do pós guerra), tencionamos demonstrar a importância do discurso dramatúrgico para a literatura.


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