A MEMÓRIA COMO HERANÇA EM À L'ORIGINE NOTRE PÈRE OBSCUR, DE KAOUTAR HARCHI.

André Luiz Vieira dos Santos

Resumo


O presente trabalho pretende apresentar alguns aspectos iniciais e, portanto, parciais da minha pesquisa de doutorado iniciada no ano de 2018. A investigação analisa a obra de uma jovem escritora francesa de origem marroquina, Kaoutar Harchi. Oriunda de uma família do norte da África, o Magrebe, sua escrita é marcada pelo trânsito entre a cultura francesa e a islâmica. Utilizando-se das bases teóricas recebidas em sua formação em ciências sociais, a autora constrói personagens que revelam sua leitura atenta a respeito dos conflitos produzidos a partir do contato entre o Islã e o Ocidente. Seu terceiro romance — À l’origine notre père obscur (2014) — narra a história de uma jovem que vive com sua Mãe na companhia de outras mulheres, todas elas “presas” em uma casa de detenção (maison d‟enfermement) acusadas de um crime. Geralmente, tal delito é supostamente ter traído seu respectivo marido. Em nossa apresentação buscaremos tratar dos temas memória e herança com o objetivo de demonstrar como a autora sugere que a memória — e até a culpa — pode ser herdada. Desta maneira, gostaríamos de estabelecer diálogo com as reflexões acerca do contexto social da mulher e do conceito de família tribal nas sociedades islâmicas, temas abordados pelas pesquisadoras Juliette Minces (1990) e Vera Lúcia Soares (1998).


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Referências


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