“AINDA UM NOCTURNO”: RESSONÂNCIAS PENUMBRISTAS NOS PRIMEIROS ESCRITOS DE CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE

Ana Carolina Botelho

Resumo


Desde muito jovem, mesmo sem se deslocar fisicamente, Carlos Drummond de Andrade entrou em contato com a literatura mundial, principalmente a europeia, por meio de suas infinitas leituras, implicando a grande afinidade que o itabirano tinha – no início de sua carreira como poeta – com alguns escritores franceses, principalmente Anatole France. Ávido leitor que era, Drummond não irá apenas ser influenciado pelo Decadentismo francês, como também irá beber da fonte do Penumbrismo brasileiro, expressão literária que movimentou a vida de inúmeros poetas da nossa Belle Époque, como Ribeiro Couto, Ronald de Carvalho e Álvaro Moreyra. Essa aproximação rendeu aos primeiros escritos de Drummond, datilografados em 1924 e reunidos na obra Os 25 poemas da triste alegria, um tom cético, passadista e de extrema valorização estética, corroborando o seu isolamento da realidade do país – características singulares de um Decadentismo fin-de-siècle. Nessa perspectiva, o presente artigo visa discutir, brevemente, as principais ressonâncias da poesia de penumbra nos poemas iniciais da trajetória literária do poeta mineiro.


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