METÁFORAS E METONÍMIAS VISUAIS EM LIVROS ILUSTRADOS

Anabel Medeiros Azerêdo de Paula

Resumo


O livro ilustrado, destinado potencialmente ao público infantil, é concebido à luz da perspectiva semiolinguística (CHARAUDEAU, 2008) como uma narrativa verbo-visual (FERES, 2016), em que autor e ilustrador, dotados de uma intenção psicossociodiscursiva, apresentam ao seu leitor destinatário uma proposição sobre o mundo, codificada não só na parcela verbal, mas também na parte visual do texto. O componente visual do livro ilustrado é tratado, frequentemente, como acessório, e sua leitura, destituída de complexidade. No entanto, percebe-se que, por meio de determinados procedimentos que visam à captação do leitor, inclusive, na parcela visual do texto, o sentido da obra pode ser complementado ou ampliado.  A representação por metáforas e metonímias visuais (FIORIN, 2014) é um processo cognitivo, cada vez mais notório em obras dessa natureza por desafiarem a ilusão de transparência que o signo visual pode causar.  Consequentemente, para decodificação do significado dessas representações e construção do sentido do texto, é indispensável que o leitor acione o seu imaginário sociodiscursivo. Para proceder à análise de estratégias discursivas como essa, é preciso recorrer aos pressupostos da Semiolinguística, postulados por Charaudeau (2008), à Teoria Semiótica, desenvolvida por Peirce (2003), e aos estudos sobre a metáfora, aprofundados por Lakoff e Johnson (2002). O corpus compõe-se de obras que abordam temas fraturantes (RAMOS, 2015), publicadas entre 2007 e 2014.

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