OS SENTIDOS DO MUSEU DA LOUCURA E A RESSIGNIFICAÇÃO DA CIDADE DE BARBACENA EM QUINZE ANOS DE REFORMA PSIQUIÁTRICA

Valéria Bergamini

Resumo


Componente de uma pesquisa de doutorado em curso, este trabalho busca analisar o modo como se constituem os de efeitos de sentidos da Reforma Psiquiátrica no município de Barbacena, Minas Gerais, conhecido como a cidade dos loucos e das rosas, por meio da análise de discursos jornalísticos sobre o Museu da Loucura. Neste contexto, o corpus abrangerá recortes do Jornal Correio da Serra por um período de 15 anos, a contar de 2001, período em entra em vigor a Lei da Reforma Psiquiátrica no Brasil. Das dezoito reportagens que fazem menção ao Museu da Loucura, no arquivo supracitado, elegeu-se sete sequências discursivas, cujo critério de seleção condiz com o objetivo em que buscou-se identificar os dizeres e os apagamentos acerca da Reforma Psiquiátrica e do Museu da Loucura, frente aos Hospitais Psiquiátricos ainda existentes na cidade. Para tanto, a pesquisa será norteada por meio dos dispositivos teórico-metodológicos da Análise de Discurso (AD), de orientação francesa, fundada por Michel Pêcheux, a partir das contribuições deste, bem como da pesquisadora brasileira Eni Orlandi e seguidores. Assim, a partir do dispositivo teórico da Análise do Discurso, foi construído um dispositivo analítico que fundamentou a análise do corpus em questão, no qual pode-se resgatar o imaginário social em que se petrifica o passado horrendo e manipula o presente, ressignificando a cidade dos loucos e das rosas.


Texto completo:

PDF

Referências


ARBEX, Daniela. Holocausto Brasileiro. São Paulo: Geração Editorial, 2013. 256 p.

FIRMINO, Hiram (18/08/1996) Hospício era uma fábrica de Cadáveres. Jornal Estado de Minas. 1996. P. 32

FIRMINO, Hiram. (08/06/2016) A loucura de volta ao museu. Revista Ecológico. Junho de 2016. Disponível em http://www.revistaecologico.com.br/materia.php?id=101&secao=1766&mat=2031 Acesso em junho de 2017

GODOY, Ana Boff de. Arquivos de Barbacena, a Cidade dos Loucos: o manicômio como lugar de aprisionamento e apagamento de sujeitos e suas memórias. In: Revista Investigações(Online), v.27, n.2,julho de 2014. (ISSN eletrônico2175-294X). Acesso em maio de 2017.

GUILARDUCI, Cláudio. “A loucura em Barbacena: memória claudicante da tempestade”. In: BAPTISTA, Mauro Rocha (org). Arte, loucura e educação: diálogos. Barbacena, MG: EdUEMG, 2014

MARIANI, Bethânia Sampaio Corrêa. Sobre um percurso de Análise do Discurso jornalístico – A Revolução de 30. In: INDURSKY, Freda; LEANDRO FERREIRA, Maria Cristina (orgs.). Os múltiplos territórios da Análise do Discurso. Porto Alegre: Ed. Sagra Luzzatto, 1999

NUNES, J. H. (2006a). Escrita e subjetivação na cidade. In: B. Mariani (Org.). A escrita e os escritos. São Carlos: Claraluz, p.45-58

PÊCHEUX, Michel (1988) [1975]. Semântica e Discurso: uma crítica à afirmação do óbvio. Campinas: Ed. Unicamp, 1988.

PEREIRA, Helder Rodrigues. “A cidade, seu museu e seus arcontes: discussões sobre a pulsão de morte no Museu da Loucura em Barbacena (MG)”. In: BAPTISTA, Mauro Rocha (org). Arte, loucura e educação: diálogos. Barbacena, MG: EdUEMG, 2014


Apontamentos

  • Não há apontamentos.