CONSTRUÇÕES CORRELATAS DISJUNTIVAS SOB A PERSPECTIVA DA LFCU
Resumo
Objetiva-se observar os padrões de uso das construções correlatas disjuntivas à luz da Linguística Funcional Centrada no Uso (LFCU), tanto sincrônica quanto diacronicamente. A análise será pautada em construções como a seguinte: A Corte residia, ora em Queluz, ora em Mafra, e Bemfica era ponto forçado de descanso para os cortesãos , ou na sua ida para o Paço, ou no seu regresso. O objeto em análise será tratado como construção, por aderirmos à proposta atual da Gramática de Construções nos modelos de Goldberg e Jackendoff (2004), Croft (2007) e Trousdale (2008). De acordo com esses autores, construção é definida como um pareamento de forma e sentido que apresenta significado próprio, esquemático, parcialmente independente das palavras que a compõem, servindo, pois, como um esquema ou modelo que reúne o que é comum a um conjunto de elementos da mesma natureza. A LFCU parte do princípio de que a língua emerge a partir de seu uso e vai sendo moldada em meio a instabilidades. Alguns autores como Melo (1978), Módolo (2011), Castilho (2004) e Rosário (2012) propõem que estruturas instanciadas por conectores descontínuos sejam apresentadas como correlatas, e não como coordenadas ou subordinadas. Pretende-se, portanto, neste trabalho uma análise dos séculos XIII ao XX, observando quais as mudanças nos usos ocorreram nos resultados encontrados em comparação com o século XXI. Este trabalho configura-se como ponto de partida para uma proposta futura: a de traçarmos a rota construcional de mudança das correlatas disjuntivas em uso no português. Para tal análise, o corpus sincrônico escrito utilizado é composto por textos retirados de versões eletrônicas da Revista Veja (http://www.veja.abril.com.br). Já o corpus escrito diacrônico foi retirado de textos do CIPM (Corpus Informatizado do Português medieval) e do projeto Tycho Brache. Foram encontrados, até o momento, 250 ocorrências no corpus sincrônico e diacrônico.
PALAVRAS-CHAVE: correlatores disjuntivos; uso; construção
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PDFReferências
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