ON PARLE FRANÇAIS À JACAREPAGUÁ: MULTILINGUISMO E A FORMAÇÃO DE REDES SOCIAIS DE IMIGRANTES HAITIANOS NO RIO DE JANEIRO

Débora Amaral da Costa

Resumo


O presente trabalho pretende refletir sobre o multilinguismo das situações de contato entre as línguas português- francês- crioulo haitiano, formado a partir das redes sociais dos imigrantes haitianos no Brasil, no contexto do ensino profissional do Rio de Janeiro. Rede social é entendida como “um conjunto de vínculos de todos os tipos entre os indivíduos em um grupo” (BORTONI-RICARDO, 2011, p. 15). Adota-se, para o estudo proposto, a distinção entre línguas nacionais e línguas oficiais, feita por Calvet (2000). De acordo com o pesquisador, as línguas nacionais são aprendidas antes da escola e as línguas oficiais são aquelas apresentadas em contexto escolar. No caso do Haiti, Ferguson (1959), explica que há uma divisão das línguas por diferentes domínios e que o Crioulo, língua nacional, é reservado aos contextos familiares, enquanto que o francês é utilizado nas situações oficiais. Quanto ao contato de línguas, objeto de estudo da sociolinguística, seu objetivo é descobrir fatores, linguísticos e socioculturais, que contribuem para alterações linguísticas de contato entre falantes de diferentes línguas (WINFORD, 2003). A pesquisa proposta se adequa à abordagem qualitativa, com trabalho de campo, dados qualitativos e descrição. Como instrumento de pesquisa, foi utilizada uma enquete sociolinguística, com perguntas referentes ao perfil social dos sujeitos, ao uso das línguas e às representações linguísticas. Analisando-se a distribuição funcional das línguas nesse contexto multilíngue, é possível sugerir que este seja um ambiente propício para mudanças significativas no aspecto linguístico da comunidade analisada.


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