REMINISCÊNCIAS DO INCONCLUSO EM K., RELATO DE UMA BUSCA

Gabriela de Oliveira Guedes

Resumo


Bakhtin, em Questões de literatura e de estética, teorizou a respeito dos romances constituídos a partir da memória como um fenômeno entretecido por meio do diálogo. Sendo assim, um romance de base memorialista poderia ser concebido como “fenômeno pluriestilístico, plurilíngue e plurivocal”. A comunicação a ser apresentada, analisa o livro K, relato de uma busca, de Bernardo Kucinski. Concebendo-se que sua narrativa trata do alcance da enunciação romanesca como forma de trazer a lume um discurso em dialogismo que entrelaça a capacidade literária de narrar e tramar os conflitos internos de parte da população brasileira decorrentes dos traumas. Estes foram provocados pelos governos militares (de 1964 a 1985), que censuraram duramente o exercício da liberdade de expressão e a construção destemida da identidade pessoal e das opções políticas, existenciais e estéticas. Esta comunicação propõe, portanto, uma leitura de K. relato de uma busca não como simples denúncia, mas como obra que agudamente enlaça memória, denúncia sutil e ficcionalidade, na conversão do fato em ficção.

PALAVRAS-CHAVE: Romance memorialista; Ditadura militar brasileira; Trauma.


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