A PROSA FANTÁSTICA DE FAGUNDES VARELA

Karla Menezes Lopes Niels

Resumo


Ao consultarmos qualquer historiografia literária verificamos que o nome do ultrarromântico está sempre atrelado à poesia. Pouco se estudou até hoje sobre sua produção em prosa. Talvez por não ter sido tão vasta quanto sua poesia. Ou talvez porque os poucos contos que escreveu apresentam uma estética que ia de encontro à estética vigente nos oitocentos.  Ora, o Romantismo, no Brasil, foi fortemente marcado pelos movimentos indianista e regionalista, e o século XIX um momento capital para a independência que se afirmava, momento de grande preocupação com a definição de uma identidade cultural, distante da influência portuguesa. Entretanto, se a literatura hegemônica da época era empenhada em exaltar a “cor local”, havia obras cuja valorização da nacionalidade não implicava abrir mão do universal e, assim exprimiram “as diversas tendências da ficção romântica para o fantástico, para o poético, o quotidiano, o pitoresco, [e] o humorístico”, obras que não se afastam e nem se opõem ao projeto literário do período, mas “apenas decantam alguns de seus aspectos” (CANDIDO, 2013, p. 531). Assim, são os contos de Varela que longe de se afastar do projeto literário de seu tempo e nação mostram estar consonante com a literatura de sua época, seja aqui, seja no além-mar. O presente trabalho procura analisar três de seus contos sob o viés do gênero fantástico, gênero que o autor praticou na prosa.

PALAVRAS-CHAVE: Fagundes Varela, Romantismo, fantástico.


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