DJANGO LIVRE: TRADUÇÃO INTERSEMIÓTICA DO CINEMA PARA AS HISTÓRIAS EM QUADRINHOS

Mariana de Souza Coutinho

Resumo


Este artigo se enquadra no campo das traduções intersemióticas. Temos como objetos o filme "Django Livre" (2012), escrito e dirigido por Quentin Tarantino, e a série de revistas em quadrinhos "Django Unchained", lançada pela DC Comics. As revistas são apresentadas como uma reprodução do roteiro escrito para o cinema com cenas extras que haviam sido suprimidas da versão original. Nossa proposta é analisar essa transposição para entender de que estratégias o enunciador das obras adaptadas se valeu e que efeitos de sentido produziu. Tomaremos por base os conceitos da semiótica tensiva, introduzida por Claude Zilberberg e Jacques Fontanille. Analisamos, principalmente, a subdimensão do andamento. Estabelecemos que os quadrinhos se caracterizam por um elã de rapidez em relação ao cinema, baseados em características e potencialidades das duas linguagens. Observamos, então, como esse elã da rapidez pode ser acelerado ou desacelerado, de acordo com a estratégia enunciativa empregada.

Nossa hipótese parte da ideia de que o enunciador da obra adaptada privilegia a desaceleração como estratégia global, a fim de aproximar a linguagem das histórias em quadrinhos do cinema. Esse movimento pode ser observado pela pouca necessidade de catálise – preenchimento de lacunas do texto–  nas transições entre quadrinhos. Quanto maior a necessidade de catálises, maior o movimento de aceleração; e vice-versa.

Palavras-chaves: semiótica, adaptação, tradução intersemiótica, histórias em quadrinhos, Django Livre.


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