AS REPRESENTAÇÕES DA MULHER GUINEENSE NAS OBRAS ETERNA PAIXÃO E A ÚLTIMA TRAGÉDIA, DE ABDULAI SILA

Luciene Rocha dos Santos Cruz

Resumo


A presente pesquisa pretende detectar e analisar os aspectos da representação da mulher guineense, dentro de uma concepção africana contemporânea, observados através de duas obras do escritor guineense Abdulai Sila: Eterna Paixão (2002) e A Última Tragédia(2006). O motivo desse corpus literário ter sido escolhido está baseado no fato de que nesses romances é possível acompanhar registros de transformações que ocorreram na sociedade guineense na fase colonial e pós-colonial, sobressaltando a batalha da autoafirmação da mulher africana da Guiné-Bissau. Nota-se que as personagens femininas dessas obras se apresentam como africanas que não representam a imagem da mulher colonizada submissa ese negam a ser consideradas como objeto, ou seja, elas não são retratadas conforme os clichês que generalizam a imagem da mulher africana. Assim, como são vistas essas mulheres no meio em que vivem mediante suas condutas? As formas como são representadas socialmente seriam frutos de sua própria identidade ou será que a construção da identidade estaria sujeita aos paradigmas estabelecidos por uma sociedade masculina, patriarcal e colonizadora? O fato de se estar no período colonial ou no pós-colonial modificaria em que sentido o comportamento dessas mulheres e as formas como são representadas? Portanto, a pretensão é tentar responder as perguntas supracitadas, tentando estabelecer relações entre etnia/gênero/classe, aprofundando a reflexão a partir de textos críticos que destaquem principalmente a questão do pós-colonialismo, do feminismo, e da identidade. Como fundamentação teórica, esta pesquisa se baseará nos estudos de Augel (2007), no que refere ao contexto geográfico, histórico e social do país, como também sobre questões da nova literatura guineense. Bonnici (2005) e (2012) no que tange à questão do pós-colonialismo e da literatura. Sobre identidade, nos sustentaremos nos estudos de Hall (2001) e sobre o feminino, estaremos pautados nas análises de Butler (2008), de Haraway (2004) e de Spivak (2010).

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