LIVRO-FONTE E LABORATÓRIO DA ESCRITA: PRÓLOGO DE UMA INVESTIGAÇÃO SOBRE A OBRA DE MARIA GABRIELA LLANSOL
Resumo
Esta investigação tem como objetivo geral mostrar que escritos constantes emUma data em cada mão - Livro de Horas I, publicados, em 2009, após a morte de sua autora Maria Gabriela Llansol são, em realidade, laboratório material e, especialmente, imaterial da escrita que possibilitou aquela escritora lusitana engendrar seu livro-fonte, O Livro das Comunidades,  obra  publicada  em  1977.  Como  um  Objetivo  Específico  à  consecução  da pesquisa, examina-se a escrita não-representacional presente nas duas obras supracitadas, com o propósito de analisar a problematização da escrita de si em face de entrecruzamentos deficções  e  relatos  autobiográficos;  i.e.,  de  elementos  literários  e  históricos.  No  processo investigatório,  relevante mas  não  único aspecto  examinado  do  quadro  teórico-metodológico da escrita de si llansoliana é a imagem de Tomás Műntzer como figura de defesa  de  oprimidos  e  silenciados.  Nesse  sentido,  mediante urdidura  de  fragmentos correlacionados à imagem de Müntzer existentes emUma data em cada mão - Livro de Horas I com outros afetos a tal figura histórica que transmigram para O Livro das Comunidadesjá se evidencia (como resultado parcial) não apenas a demonstração do Objetivo Geral da pesquisa como também a ocorrência de transbordamento dos limites da História e da Literatura na medida  em  que,  ultrapassando-os  e  transpassando-se  são  proporcionadas  ao  legente imaginativas leituras de ‘novas verdades’ sobre fatos e figuras históricas correlacionadas; bem como se possibilita de forma inovadora o enaltecimento de sujeitos (notáveis e anônimos) e,  por  conseguinte,  a  comunhão  deles  em  comunidades  (atemporais)  silenciadas  que granjeiam estatura de visão própria e vozes a serem ouvidas.
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