GOZAR COM A CIDADE: A PORNOGRAFIA COMO DISPOSITIVO PARA EXCEDER CORPOS

Baruc Carvalho Martins

Resumo


Propomo-nos com esta comunicação investigar como o corpo, enquanto imagem do pensamento, se articula com a paisagem e compõe um processo de subjetivação parcial que atravessa pessoas, objetos e lugares e se aglomera com outros agenciamentos de subjetivação, colocando em xeque, no limite, a própria cultura contemporânea. Para isso, lançaremos mão do modelo de corpo de Espinosa com o intuito de compor uma cartografia entre o filme Nova Dubai (2014), de Gustavo Vinagre, inspirada no método cartográfico de Gilles Deleuze e Félix Guattari, e a antologia O poeta pornosiano, de Glauco Mattoso, na fronteira mesma em que palavra e imagem, de tão próximas, já não podem mais ser unidas – pois só há distância. Argumentamos, com isso, que as relações que se configuram entre as materialidades do cinema e da poesia permitem, com o trabalho do pornô no nível puramente expressivo, colocar, por um lado, a emergência de novos modos de existência e, por outro, constituir uma nova gramática política afirmativa da vida, formada a partir de tecnologias de resistência – o que revelaria, de fundo, a permanente negociação entre humano e animal, corpo e máquina, orgânico e inorgânico.


Texto completo:

PDF

Apontamentos

  • Não há apontamentos.