O SILÊNCIO ELOQUENTE EM SONÉÁ, DE ODETE COSTA SEMEDO

Meire Lucy Cunha Araujo

Resumo


Estudos sobre a condição social da mulher surgem a partir do final do século XIX. Resignação, passividade, subserviência e obediência são qualidades que, ao longo do tempo, foram sendo atribuídas à natureza da mulher em todo mundo. A negação simbólica da subjetividade feminina opera tanto na esfera pública, em que não há espaço para a sua enunciação, quanto na esfera privada, em que a repressão e a pressão sexuais negam até o domínio do seu próprio corpo. Em África, a emergência de uma literatura escrita por mulheres é recente em decorrência de fatores históricos; entretanto, na Guiné-Bissau um nome tem-se destacado tanto na escrita em verso quanto em prosa: Maria Odete Soares da Costa Semedo. O caráter emancipatório da escrita, além de revelar elementos do rico matiz cultural guineense, faz ecoar reflexões e questionamentos sobre a realidade das mulheres do seu chão. Para melhor compreender essas reflexões, este artigo busca analisar representações de mulheres no livro Sonéá: histórias e passadas que ouvi contar I.

PALAVRAS-CHAVE: África, mulher, literatura


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