ORALIDADE E CRIOULIDADE EM TI JEAN L’HORIZON DE SIMONE SCHWARZ-BART

Luísa Zanini Vargas

Resumo


O romance Ti Jean L’horizon da autora de Guadalupe Simone Schwarz-Bart traz uma visão de mundo da perspectiva dos habitantes da ilha. A narrativa traça um percurso mítico na vida de Ti Jean, o protagonista, desde suas origens e ascendentes vindos da África até o cumprimento de seu destino. Por se tratar de uma obra antilhana, como a quis a escritora, são muitos os indícios de uma oralidade inscrita. É possível identificá-la no barroco da composição escrita, na hibridização de diferentes gêneros, contos teogônicos e épicos que se intercalam dentro da diegese. Também é suscetível de discussão a medida em que o texto se apropria de uma estética crioula dentro do âmbito do Caribe francófono. Há o uso do francês padrão como língua de procuração, já que o grande público não compreenderia o crioulo guadalupano, mas além da forma, é possível encontrar talvez uma forma crioula de expressão, em diálogo, não sem conflitos, com a língua do colonizador. Entram nesse sentido as pluralidades e diferenças, o intercultural e o paradoxal para compreender os processos identitários e de pensamento: as dinâmicas do realismo mágico, as metamorfoses, as dualidades dentro do contexto pós-colonial. Serão utilizados conceitos de autores como Édouard Glissant e Daniel Maximin para aprofundar a análise.


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