HISTÓRIA E MEMÓRIA: A COLONIALIDADE DO SER E DO GÊNERO EM O ALEGRE CANTO DA PERDIZ DE PAULINA CHIZIANE

Mariana Motta Campinho Cardoso

Resumo


A partir do fato de que a história e a memória cultural são temáticas recorrentes em literaturas africanas, o presente trabalho objetiva analisar, segundo essa perspectiva, a obra O alegre canto da perdiz (2008), de Paulina Chiziane. A autora remonta ao passado histórico, resgatando as tensões e conflitos presentes em seu país, nos períodos compreendidos entre a pré e a pós-independência, tendo como ponto de partida a vivência feminina. A família de Serafina, Delfina e Maria das Dores – que representam, respectivamente, a primeira, a segunda e a terceira geração – é o eixo em torno do qual se constrói o universo diegético. A obra é conduzida, pois, por mãos femininas, quer na própria urdidura do texto, quer nas ações do enredo, quer no papel da progenitora de uma geração que se pretende descolonial. Essa pesquisa se baseará, então, no que diz respeito à História, à Memória e à Cultura, nos postulados de Paul Ricoer (2007) e de Hommi Bhabha (1998). No que se refere à dupla colonialidade da mulher (ser e gênero) caberá a teoria de Gayatri Chakravorty Spivak (2010). Ainda nesse sentido, caberá a teoria de Pierre Bourdieu (2014) que analisa a condição feminina e a violência simbólica. Com base nos teóricos supracitados serão verificados os caminhos percorridos por Chiziane e as temáticas centrais de seu texto.


Texto completo:

PDF

Apontamentos

  • Não há apontamentos.