UMA ANÁLISE SEMIOLINGUÍSTICA DA ICONICIDADE COMO ESTRATÉGIA NARRATIVA NO LIVRO ILUSTRADO INFANTIL

Anabel Medeiros Azerêdo de Paula

Resumo


As narrativas verbo-visuais constituem-se das relações estabelecidas entre a linguagem verbal e a visual, que suscitam competências específicas de leitura. Como o pensamento da criança, naturalmente, não está apto a estabelecer relações de natureza analítico-conceitual, nem apresenta domínio suficiente da simbolização do código verbal, é preciso criar estratégias que representem conceitos abstratos de forma concreta e que pertençam ao imaginário sociodiscursivo infantil, para que haja transferência e aprendizagem desses conceitos. Percebe-se que o livro ilustrado é um contrato de comunicação propício para que essas operações se realizem de modo lúdico e instigante. Nesse contrato, os sentidos podem desvelar-se através de um processo de interpretação, no qual a percepção dos seres do mundo manifesta-se de modo icônico não só nas ilustrações, mas também no reconhecimento do universo construído pelo homem, concebido e categorizado de maneira simbólica pelas palavras. No livro ilustrado infantil, tanto o modo de organização descritivo quanto o narrativo podem estar permeados de iconicidade para compensar a carência do pensamento lógico-simbólico da criança. O aporte teórico para analisar essas estratégias narrativas se concentra na Teoria Semiolinguística de Análise do Discurso, postulada por Patrick Charaudeau (2008), e nos fundamentos da Semiótica, proposta por Charles Sanders Peirce (2005). O corpus investigado se constitui da obra de Marta Atlés (2012), intitulada “Não!”.

PALAVRAS-CHAVE: semiolinguística, iconicidade, livro ilustrado infantil.


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