A LINGUAGEM BÉLICA DO FUTEBOL, SUAS MANIFESTAÇÕES E SUAS IMPLICAÇÕES DENTRO E FORA DOS CAMPOS DE FUTEBOL

Carlos Renato Mascoto Rocha

Resumo


Neste trabalho, a metáfora será abordada segundo a concepção cognitiva de Lakoff e Johnson (1980) para os quais ela exerceria no cotidiano, além da função estética, também uma função cognitiva. Na concepção de Aristóteles, um dos primeiros a se comprometer com sua definição, ela estava ligada à retórica e à poética. De acordo com o filósofo “a metáfora consistia em transportar para uma coisa o nome de outra, ou do gênero para a espécie ou da espécie para o gênero, ou por analogia”. (ARISTÓTELES, 1996, cap. XXI, 1457b-6, p. 92). A visão tradicional a tomava, portanto, puramente, como uma figura de linguagem. A partir do trabalho de Lakoff e Johnson e do desenvolvimento da Teoria da Metáfora Conceptual (TMC), ela passou a ser vista como uma figura de pensamento. Este, de modo geral, costuma ser referido como algo vinculado à linguagem humana. E quando relacionado à metáfora, é do pensamento compartilhado, sociocognitivo, pertencente a uma comunidade linguística que se está tratando. Esse deslocamento teórico do lócus da metáfora, da linguagem para o pensamento (VEREZA, 2010) foi um dos mais importantes fatores acarretados por essa mudança que ficou conhecida como “virada cognitiva” e resultou na TMC, 2013) na qual se baseia esta pesquisa. Neste trabalho também será  abordada a questão da influência que o linguajar bélico, trazido pela inserção da metáfora estrutural ESPORTE É GUERRA no linguajar futebolístico e que acarretou o surgimento da metáfora conceptual FUTEBOL É GUERRA, exerce sobre o comportamento, não apenas dos torcedores, mas de todos aqueles envolvidos com o evento esportivo do futebol dentro e fora dos campos, visto que os reflexos de tal influência já puderam, em diversas ocasiões, ser observados no discurso, através das marcas na linguagem de jogadores, de dirigentes de clubes e federações, de auxiliares e árbitros de futebol e até no comportamento da população e dos governantes de alguns países.

PALAVRAS-CHAVE: Metáfora conceptual; Futebol; Guerra; Esporte


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