TRADUÇÃO E FRONTEIRAS LINGUÍSTICAS

Marina Dupré Lobato

Resumo


A metáfora da fronteira como lugar da tradução é popular e recorrente em reflexões sobre a prática tradutória, embora seja raramente elaborada de maneira teórica. A etimologia do vocábulo “tradução” corrobora e reforça essa concepção, uma vez que os termos latinos originais translat(n-) e traductio- onis, bem como o verbo traducere, cujo significado “transportar através” remete à ação de conduzir algo de um lado para outro, o que, por extensão, pressupõe a existência de regiões limítrofes, ou fronteiras. De modo geral, essas imagens conduzem facilmente a uma visão bidimensional de fronteira considerada como lugar entre duas línguas, duas culturas, dois textos etc. No entanto, as fronteiras das práticas tradutórias, assim como fronteiras linguísticas, envolvem vários pontos de intersecção entre duas ou mais línguas e culturas, na medida em que a língua e a cultura de uma comunidade não podem ser tratadas como homogêneas e representativas de todos os indivíduos que a integram. Ou seja, assim como postula a sociolinguística, a língua não é homogênea no que diz respeito à situação sociocultural de seus falantes, bem como não o é em sua própria formação, em permanente situação de contato linguístico e cultural.

PALAVRAS-CHAVE: Contato linguístico, tradução, fronteiras linguísticas.


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