A AUTODESTRUIÇÃO ATRAVÉS DO DUPLO E SEU IMPACTO NA SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA

Victoria Barros Moura

Resumo


Esta pesquisa tem como objetivo principal investigar como a figura do duplo é representada na literatura do século XIX e analisar seu impacto na contemporaneidade. Pretende-se estudar como essa figura é representada nas narrativas literárias e como ela acaba ocasionando um processo de autodestruição da personagem principal – o eu duplicado. Rank (2013) afirma que as diversas formas de representação do duplo têm em comum a relação ambivalente para com o sujeito: muitas vezes, assumem função protetora, mas também acabam tornando-se inimigos perseguidores. Rank também afirma que o duplo pode estar na base de uma instância crítica para observar e analisar o eu. Diante dessas perspectivas, intenciona-se refletir sobre como essa figura que, inicialmente, tem como objetivo moral iluminar e advertir o sujeito acaba levando o mesmo à sua própria destruição. Já na sociedade contemporânea, por sua vez, a temática do duplo também está presente em outros veículos de entretenimento, além da literatura. Para ilustrar seu impacto na contemporaneidade, serão analisados episódios da série britânica de ficção científica, Black Mirror, focando não só no duplo que surge por uma escolha do indivíduo, mas também em como este provoca a sua ruína. Considerando a época das obras literárias e dos episódios da série a serem estudados, intenciona-se contextualizar e comparar como a figura duplicada é abordada nos dois veículos, bem como o modo como ela influencia no processo de autodestruição do indivíduo.

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Referências


Bibliografia Mínima:

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Episódios da série de TV inicialmente selecionados para análise:

“White Christmas”, Black Mirror. Dirigido por: Carl Tibbetts. Inglaterra: 2014. Londres: Channel 4. (74 minutos) Série de TV.

“USS Callister”, Black Mirror. Dirigido por: Toby Haynes. Netflix. (76 minutos) Série de TV.

“Black Museum”, Black Mirror. Dirigido por: Colm McCarthy. Netflix. (69 minutos) Série de TV.


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