POLÍTICAS LINGUÍSTICAS PARA O ENSINO DE LÍNGUAS: O FRANCÊS NO COLÉGIO PEDRO II

Maria Gabriela Braga da Silva

Resumo


Desde a primeira metade do século XIX, é possível observar o espaço ocupado pela cultura francesa na sociedade brasileira e o papel relevante que o francês ocuparia na educação no Brasil. A instalação da família real no Brasil implicaria resoluções importantes para as políticas educacionais do país, entre elas a criação das cadeiras de francês e inglês na instrução pública em 1809. Criado em 1837, o Colégio Pedro II foi a primeira instituição oficial de ensino do Brasil. No currículo do colégio predominavam as disciplinas de humanidades, com grande parte da carga horária obrigatória dedicada ao ensino de línguas clássicas e modernas. A língua francesa faria parte do currículo da escola secundária brasileira até a primeira metade do século XX. Após esse período, transformações econômicas e políticas no mundo contribuíram para que o idioma cedesse lugar ao inglês como principal língua estrangeira ensinada no Brasil. No Colégio Pedro II, contudo, o francês se manteve como disciplina obrigatória, ao lado do inglês, em todas as séries do segundo segmento do Ensino Fundamental e como opção de língua estrangeira no Ensino Médio até 2016. O objetivo desse trabalho é identificar as ações glotopolíticas relacionadas ao ensino de francês no Colégio Pedro II entre 2012 e 2017, a partir da análise de documentos oficiais que nortearam o ensino de línguas no período supracitado. A pesquisa qualitativa documental parte dos conceitos de Glotopolítica presentes em Guespin e Marcellesi (1986) e de Políticas Linguísticas de Cooper (1989), Calvet (2007) e Beacco (2016) para averiguar em que medida a implementação de tais ações contribuiu para a manutenção ou para a mudança do status do francês nessa instituição.

PALAVRAS-CHAVE: Colégio Pedro II, políticas linguísticas, francês

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