Discursos interculturais e identitários na fala dos alunos de mobilidade acadêmica: expectativas e realidades discentes

Allan Cordeiro

Resumo


No campo de estudos cujo enfoque é o ensino de língua, o fenômeno da globalização é central nas políticas linguísticas que promovem a expansão da língua inglesa sob uma perspectiva mais globalista. De fato, a globalização é um fenômeno que influencia diretamente os processos de internacionalização da educação e os programas de mobilidade acadêmica são exemplos de mecanismos que viabilizam a internacionalização do Ensino Superior. A pesquisa tem como objetivo principal investigar como a mobilidade Brasil-Reino Unido, dentro de um programa britânico (Chevening), contribui para a formação de perspectivas cosmopolitas, interculturais, reflexivas e linguísticas. O estudo também tem outros objetivos, tais como: identificar relações (pos)coloniais desiguais, tendo em vista a posição hegemônica da língua inglesa no processo de mobilidade acadêmica; analisar quais são as características da emergência da classe média global, fora do norte global, levando em consideração a emergência de um capital cultural cosmopolita e de uma mentalidade neoliberal de competitividade. No que diz respeito à metodologia, uma pesquisa de caráter qualitativo será realizada com o intuito de coletarmos e analisarmos dados obtidos por meio de entrevistas com participantes do programa Chevening. O próximo passo será a compilação e sistematização desses dados. Logo após, dar-se-á início à análise dos dados coletados. O objetivo dessa etapa é responder às perguntas de pesquisa que norteiam este trabalho. 


Texto completo:

PDF

Referências


REFERÊNCIAS BILIOGRÁFICAS

ARCHANJO, Renata. Globalização e multilingualismo no Brasil. Competência linguística e o programa Ciência sem Fronteiras. Revista Brasileira de Linguística Aplicada, v. 15, n. 3, 2015.

BALL, Stephen. Is there a global middle class? The beginnings of a cosmopolitan sociology of education: A review. Journal of Comparative Education, v. 69, n. 1, p. 137-161, 2010.

BLOMMAERT, J. The sociolinguistics of globalization. Cambridge: Cambridge University Press, 2010.

______. RAMPTON, B. Language and superdiversity. Diversities. V. 13, n. 2, 2011.

______, J.; COLLINS, J.; SLEMBROUCK, S. Spaces of multilingualism. Language & Communication, v. 25, n. 3, p. 197–216, 2005.

BOURDIEU, P. O poder simbólico. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1998.

BROWN, J. D. Using surveys in language programs. Cambridge University Press, 2001.

CANAGARAJAH, A. Navigating language politics: a story of a critical praxis. Políticas e políticas linguísticas, Campinas, SP: Pontes Editores, p. 43–61, 2013.

CHEVENING. TERMS & CONDITIONS – SCHOLARSHIPS, Londres, 2018. Disponível em: [http://www.chevening.org/current_scholars/important_information/terms_conditions] Acesso em: 18 out. 2018.

COPLAND, F., GARTON, S., E BURNS, A. Challenges in teaching English to young learners: Global perspectives and local realities. Tesol quarterly, 48(4), p. 738–762, 2014.

DE WIT, H. Internationalisation of higher education in Europe and its assessment, trends and issues. 2010.

FINARDI, K. R.; ROJO, R. A. O. Globalization, Internationalization and Education: What is the Connection?.IJAEDU-International E-Journal of Advances in Education, v. 1, n. 1, p. 18–25, 2015.

GRADDOL, D. English next. Why global English may mean the end of ‘English as a Foreign Language’. London: British Council, 2006.

HAMMERSLEY, Martyn. Some reflections on ethnography and validity. Qualitative studies in education, v. 5, n. 3, p. 195–203, 1992.

HOUSE, J. English as a global lingua franca: A threat to multilingual communication and translation?. Language Teaching, 47(03), p. 363–376, 2014.

IVES, P. 'Global English': Linguistic Imperialism or Practical Lingua Franca?, 2006.

JENKINS, J. ‘Current perspectives on teaching world Englishes and English as a lingua franca’, TESOL Quarterly, 40/1, p. 157–181, 2006.

KAUFMANN, J. A entrevista compreensiva: um guia para pesquisa de campo. Editora Vozes Limitada, 2013.

KUBOTA, R. ‘Inequalities of Englishes, English speakers, and languages: a critical perspective on pluralist approaches to English’, in R. Tupas and R. Rubdy (eds.), Unequal Englishes: the politics of Englishes today. Palgrave: Macmillan, p. 21–42, 2015.

KUMARAVADIVELU, B. A linguística aplicada na era da globalização. Por uma linguística aplicada indisciplinar. São Paulo: Parábola, p. 129–148, 2006.

MARSHALL C. e ROSSMAN G. Designing Qualitative Research. Sage, London, 1995.

MATSUDA, A., e FRIEDRICH, P. English as an international language: A curriculum blueprint. World Englishes, 30(3), p. 332–344, 2011.

MCARTHUR, T. Is it world or international or global English, and does it matter?. English Today, v. 20, n. 3, p. 3–15, 2004.

MIGNOLO, W. Local Histories/Global Designs. Coloniality, Subaltern Knowledges and Border-Thinking. Princeton: Princeton University Press. _____. 2001. Os Esplendores e as Misérias da “Ciência”: Colonialidade, Geopolítica do Conhecimento e Pluri-versalidade Epistêmica. In: Boaventura de S. SANTOS. (Org.), 2003.

MOITA LOPES, L. P. Inglês e globalização em uma epistemologia de fronteira: ideologia lingüística para tempos híbridos. DELTA: Documentação e Estudos em Linguística Teórica e Aplicada, 24(2), 2008.

MUFWENE, S. S. Globalization, global English, and world English (es): Myths and facts. The handbook of language and globalization, v. 3155, 2010.

NOGUEIRA, M. A. Cosmopolitismo científico e escolarização dos filhos – o caso das famílias de ex-bolsistas no exterior. Belo Horizonte: CNPq, abr., 2007. Relatório final de pesquisa.

______. Classes médias e escola: novas perspectivas de análise. Currículo sem fronteiras, v. 10, n. 1, p. 213–231, 2010.

______. A construção da excelência escolar – um estudo de trajetórias feito com estudantes universitários provenientes das camadas médias intelectualizadas. In: NOGUEIRA, M. A., ROMANELLI, G., ZAGO, N. (Org.). Família & Escola – trajetórias de escolarização em camadas médias e populares. Petrópolis: Vozes. 115, 2011.

O’REGAN, J. ‘English as a lingua franca: an immanent critique’, Applied Linguistics, 35/5: p. 533–552, 2014.

O’ROURKE, K. H.; WILLIAMSON, J. G. When did globalisation begin? European Review of Economic History, v. 6, n. 1, p. 23–50, 2002.

______. ______. Once more: When did globalisation begin? European Review of Economic History, v. 8, n. 1, p. 109–117, 2004.

PATTON, M. Q. Qualitative evaluation and research methods. SAGE Publications, inc, 1990.

PHILLIPSON, R. Linguistic imperialism. Oxford: Oxford University Press, 1992.

______, R. English in globalisation, a Lingua Franca or a Lingua Frankensteinia?. TESOL Quarterly, 43(2), 335-339, 2009.

______, R. English, the lingua nullius of global hegemony. The Politics of Multilingualism: Linguistic Governance, Globalisation and Europeanisation. Amsterdam: John Benjamins, 2014.

______, R. English in globalisation, a Lingua Franca or a Lingua Frankensteinia?. TESOL Quarterly, 43(2), 335-339, 2009.

RIBEIRO, E. A. A perspectiva da entrevista na investigação qualitativa. Evidência: olhares e pesquisa em saberes educacionais, n. 04, p.129–148, 2008.

SEARGEANT, P. Naming and defining in world Englishes. World Englishes, 29(1), p. 97–113, 2010.

SEIDLHOFER, B. l3 Habeas corpus and divide et impera:‘Global English’and applied linguistics. Unity and diversity in language use, p. 198, 2005.

SUNG, C. C. M. Global, local or glocal? Identities of L2 learners in English as a Lingua Franca communication. Language, Culture and Curriculum, 27(1), p. 43–57, 2014.

______, C. C. M., DOGANCAY-AKTUNA, S., E HARDMAN, J. Global English Teaching and Teacher Education: Praxis and Possibility. TESOL Quarterly, Vol. 45, No. 1, p. 196–199, 2011.

VILAÇA, S. Os Intercambistas do Programa Minas Mundi: Perfil, Motivações, e Experiências. 2017. (Doutorado). FAE, UFMG.

WEI, L. e MOYER, M. G. (Eds.). The Blackwell Guide to Research Methods in Bilingualism and Multilingualism. USA: Blackwell Publishing, p. 403, 2008.

WINDLE, Joel; NOGUEIRA, Maria Alice. The role of internationalisation in the schooling of Brazilian elites: Distinctions between two class fractions. British Journal of Sociology of Education, v. 36, n. 1, p. 174–192, 2015.


Apontamentos

  • Não há apontamentos.