DO LÁCIO AO BRASIL: UM ESTUDO DE VARIANTES NO PORTUGUÊS BRASILEIRO

Laylla Pereira de Moraes

Resumo


As línguas mudam com o passar do tempo. Essas mudanças podem ser de caráter interno (sistêmico) ou de caráter externo (social, político, cultural, econômico). No entanto, nem sempre se deu a devida importância ao caráter mutante dos idiomas. Durante muito tempo, os estudos linguísticos se concentraram em reconstituir, por meio do método histórico-comparativo, o passado das línguas numa perspectiva diacrônica, buscando chegar a um idioma comum e gerador dos demais. As variações encontradas eram tratadas como leis fonéticas explicadas sob a perspectiva da regularidade. Os fatos irregulares eram explicados por meio de analogias. Posteriormente, os estudos de Saussure, publicados postumamente por seus alunos, trouxeram um novo recorte, desta vez sincrônico, à Linguística. Para tanto, era necessário considerar a língua como uma realidade homogênea. Omitia-se a questão da mudança e continuavam excluídos os fatores externos que a condicionam. Chomsky, ao agregar a questão biológica à sua teoria gerativista, também não considerou tais fatores. Somente com os estudos sociolinguísticos (Weinreich, Labov e Herzog), surge uma teoria da mudança linguística (variação) de caráter empírico, que considera o contexto social da língua. Labov desenvolveu inúmeros estudos acerca da variação fonética no inglês e se tornou referência na área. Assim, o presente trabalho apoia-se na teoria da Sociolinguística Variacionista e também na História da Língua para investigar e analisar a variação no português brasileiro, focando na questão da concordância verbal empregada na variedade popular de nossa língua desde os tempos coloniais até hoje, dando uma atenção especial às comunidades de fala estereotipadas por seu modo de falar, pontuando os fatores externos que condicionam e influenciam tais variações.  

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Referências


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