RESISTÊNCIA E CORPO TRANS: LINGUAGEM, SENTIDOS, SUBJETIVAÇÃO

André Cavalcante

Resumo


A partir do suporte teórico-metodológico da Análise do Discurso (AD), estabelecendo uma relação com os estudos de gênero, sobretudo, o transfeminismo, este trabalho visa apresentar um panorama parcial da minha pesquisa de doutoramento que tematiza os discursos do/sobre o corpo trans e sua relação com a resistência dos sentidos e sujeitos em perfis de militância no Facebook. Ao pensar a resistência, Pêcheux (2009 [1978]) a vincula à falha na interpelação ideológica. Para o autor, as resistências podem ocorrer através do corpo, no qual, também, se inicia a normatização em universos logicamente estabilizados (PÊCHEUX, 2015 [1983]. Sendo assim, objetiva-se, neste trabalho, refletir a relação entre corpo, resistência e estabilização dos sentidos e compreender como o corpo trans, ideologia e subjetivação estão relacionados. O corpo na AD, conforme Leandro-Ferreira (2015) pode ser visto como o lugar material de observação do sujeito, um objeto investigação e, também, como uma ferramenta, categoria teórica, uma vez que a linguagem é constitutiva do sujeito, do corpo e do discurso. Dessa maneira, o corpo trans, atravessado pela linguagem, produz sentidos em uma determinada conjuntura, os quais não correspondem aos sentidos já estabilizados em uma sociedade cisnormativa. Nessa direção, as análises parciais já apontam para uma disputa de sentidos, transfóbicos e de militância; mas também a uma disputa de corpos, de subjetividades, resistências e silenciamentos.                                                     

PALAVRAS-CHAVE: Corpo trans; Resistência, Sentidos; Discurso.

BUTLER, J. Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. (Tradução Renato Aguiar) 8ª ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2015.

FOUCAULT, M. Vigiar e Punir: nascimento da prisão. (tradução de Raquel Ramalhete).42ª ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2014 [1975].

_____________. O corpo utópico. [1966] Disponível em https://territoriosdefilosofia.wordpress.com/2015/06/15/o-corpo-utopico-michel-foucault/  acesso 09/10/2018

LE BRETON, D. Adeus ao corpo: Antropologia e sociedade (tradução Marina Appenzeller) 6ª ed.- Campinas, SP: Papirus, 2013.

LEANDRO-FERREIRA, M. C. Discurso: conceito em movimento. IN: LEANDRO-FERREIRA, M. C. Oficinas de Análise do Discurso: Conceitos em Movimento. Campinas, SP: Pontes Editores, 2015.

MOSSI,  C. P. Teoria em ato:  o que pode e o que aprende um corpo? Educ. Pesqui., São Paulo, v. 41, n. especial, p. 1541-1552, dez., 2015

ORLANDI, E. As formas do silêncio: no movimento dos sentidos. 4ª Ed. Campinas, SP: Editora da Unicamp, 2013

PRECIADO, P. B. Manifesto contrassexual. (Tradução Maria Paula Gurgel Ribeiro) São Paulo: N-1 Edições, 2014.

PÊCHEUX, M. (1975) Semântica e discurso: uma crítica à afirmação do óbvio. 3ª ed., Campinas: Editora da Unicamp, 2009.

______. (1982). Delimitações, inversões, deslocamentos. Trad. brasileira de José Horta Nunes. Cad. Est. Ling., nº 19, Campinas, jul./dez, 1990, p. 7 - 24.

______. (1982). Ideologia – Aprisionamento ou campo paradoxal? ? In: ORLANDI, Eni. Análise de Discurso: Michel Pêcheux. Textos selecionados. Campinas, SP: Pontes Editores, 2014.

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Referências


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