A BNCC-EM: DIMENSÕES CULTURAIS DO ENSINO DE LÍNGUA INGLESA

Cláudia Fonseca Rocha

Resumo


RESUMO: Recentemente, significativas decisões políticas afetaram a Educação Básica no Brasil.  A elaboração da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) em 2017 foi uma delas. Houve também alterações na LDB 9.394/96 cujo objetivo principal foi a reforma do Ensino Médio e o estabelecimento da língua inglesa como língua obrigatória para a Educação Básica. Discutir tais ações políticas é exercer a democracia e interesse de todos.  O papel que a língua inglesa desempenha no contexto global e multicultural como língua franca há muito é discutido e o modo como pessoas de línguas e culturas diferentes se comunicam através do inglês resultou em diversidade linguística, cultural e identitária, afetando o modo como a cultura é veiculada através da língua. As determinações norteadoras para o ensino de língua inglesa devem estar em conformidade com as relações multiculturais globais da pós-modernidade. Este artigo pretende analisar o papel da língua inglesa no contexto global e os efeitos nas determinações normativas encontradas na BNCC para o Ensino Médio quanto à dimensão cultural do ensino de língua inglesa. Esta pesquisa se insere nas áreas de Sociolinguística e de Linguística Aplicada, da linha de pesquisa “História, política e contato linguístico”.

PALAVRAS-CHAVE: Multiculturalismo, interculturalidade, língua inglesa, BNCC, Ensino Médio


Texto completo:

PDF

Referências


BAUMAN, Z. Globalização: As Consequências Humanas. Rio de Janeiro: Editora Zahar,1999.

______. Modernidade líquida. Rio de Janeiro: Zahar, 2001.

BOURDIEU, P. A Economia das Trocas Linguísticas: os que falam querem dizer. Tradução Sergio Miceli [e outros]. São Paulo: EDUSP, 1996.

BRASIL. Portal da Câmara dos Deputados. Lei 13.415/2017. Disponível em: https://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/2017/lei-13415-16-fevereiro-2017-784336-publicacaooriginal-152003-pl.html. Acesso em: 30 de outubro de 2018.

______. Ministério da Educação e Cultura. Base Nacional Comum Curricular. Disponível em:. : http://basenacionalcomum.mec.gov.br. Acesso em: 18 de outubro de 2018.

______. Ministério da Educação e Cultura. Base Nacional Comum Ensino Médio. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/wp-content/uploads/2018/04/BNCC_EnsinoMedio_embaixa_site.pdf. Acesso em: 20 de outubro de 2018.

______. Portal da Presidência da República. Lei nº 9.394/1996. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm. Acesso em: 20 de outubro de 2018.

BYRAM, M. Teaching and Assessing Intercultural Communicative Competence. Clevedon: Multilingual Matters Ltd., 1997.

CANDAU, V. M. Multiculturalismo e educação: desafios para a prática pedagógica. In: MOREIRA, A. F.; CANDAU, V. M. (Orgs.). Multiculturalismo: diferenças culturais e práticas pedagógicas. Petrópolis, RJ: Vozes, 2008, p.13-36.

CRYSTAL, D. English as a global language. Cambridge: Cambridge University Press, 2003.

______. A revolução da linguagem. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2005.

FANTINI, A. E. A Central Concern: Developing Intercultural Competence. SIT Occasional

Paper Series, issue n. 1, 2000.

FRELLO, B. On legitimate and illegitimate blendings: towards an analytics of hybridity. In: DERVIN. F.; RISAGER, K. org. Researching Identity and Interculturality. Routledge. New York: 2015. Section 4, p.193-210.

GONÇALVES, L. A. O. e SILVA, P. B. G. O jogo das diferenças: o multiculturalismo e seus contextos. 4. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2006.

HALL, S. A identidade cultural na pós-modernidade. Rio de Janeiro: DP&A, 1996.

______. Da diáspora: identidade e mediações culturais. Belo Horizonte: UFMG, 2003.

______. Quem precisa da identidade? In: SILVA, T. T. da. (Org.). Identidade e diferença. A perspectiva dos Estudos Culturais. Petrópolis, RJ: Vozes, 2007. p.103-133.

HABERMAS, J. The Theory of Communicative Action: Vol. 1: Reason and the Rationalization of Society, trans. T. McCarthy. Boston, MA: Beacon Press, 1984.

HARVEY, D. . Condição pós-moderna. São Paulo: Edições Loyola, 1992.

HYMES, D. H. On Communicative Competence In: J.B. Pride and J. Holmes (eds) Sociolinguistics. Selected Readings. Harmondsworth: Penguin, pp. 269-293. (Part 2), 1972.

JENKINS, J. English as a lingua franca: attitude and identity. Oxford: Oxford University Press, 2009.

______. Current perspectives on teaching world Englishes and English as a lingua franca. TESOL Quarterly, v. 40, n. 1, p. 157-181, mar. 2006.

KACHRU, Y. Teaching and learning of world Englishes. In: HINKEL, E. (Ed.). Handbook of research in second language learning and teaching. Mahwah, Nova Jersey: Lawrence Erlbaum, 2005. p. 155-73.

McARTHUR, T. Is it world or international or global English, and does it matter?. English Today, v. 20, n. 3, p. 3-15, jul. 2004.

MORAN, P. R. Teaching Culture: Perspectives in practice. Boston: Heinle, Cengage Learning, 2001.

RAJAGOPALAN, K. The concept of World English and its implications for ELT. ELT Journal, v. 58, n. 2, p. 111-117, abr. 2004.

______. A geopolítica da língua inglesa e seus reflexos no Brasil: por uma política prudente e propositiva. In: LACOSTE, Y., RAJAKOPALAN, K. (Orgs.). A geopolítica do inglês. Trad.: M. Marciolino. São Paulo: Parábola Editorial, p134-159.

SACRISTÁN, J. G. Políticas de Ia diversidad para una educación democrática igualadora. In: SIPÁN COMPAÑE, A. (Org..). Educar para Ia diversidad en ei siglo XXI. Zaragoza (Espanha): Mira. 2001

SCHNEIDER. E.W. English Around the World: An Introduction. Cambridge: Cambridge University Press 2011.

SIQUEIRA, D. S. P. World englishes, world English, inglês como língua internacional, inglês como lingual franca. In: LAGARES, X. C.; BAGNO M. (Orgs.). Políticas da norma e conflitos linguísticos. São Paulo: Parábola Editorial, 2011, p. 333-354.

SMITH.L. English as an International Auxiliary Language. RELC Journal, vol.7, nº2, p38-43. 1976.

WELSCH, W. Transculturality - the Puzzling Form of Cultures Today. In: Spaces of Culture: City, Nation, World, ed. by Mike Featherstone and Scott Lash, London: Sage, 1999, p.194-213.


Apontamentos

  • Não há apontamentos.