GRAMÁTICAS CONTEMPORÂNEAS DO PORTUGUÊS: UMA ANÁLISE ENUNCIATIVA

Ânderson Rodrigues Marins

Resumo


A proposta deste trabalho é a de analisar enunciativamente seis gramáticas contemporâneas, quais sejam, Moderna gramática portuguesa (BECHARA, 2015), Gramática Houaiss da língua portuguesa (AZEREDO, 2010), Gramática de usos do português (NEVES, 2000), Gramática do português brasileiro (PERINI, 2010), Nova gramática do português brasileiro (CASTILHO, 2010), e Gramática pedagógica do português brasileiro (BAGNO, 2012). A função da gramática é o de descrever e explicar de que modo as formas da língua são empregadas, pela consideração de que elas não são autônomas, mas, ao invés disso, são subordinadas ao uso e à norma. A discussão que aqui se inicia mostrará que a linguagem não consiste apenas no manejo de regras gramaticais e processos de codificação ou de decodificação de signos linguísticos. O foco deste estudo sai do mero cotejo e caminha em direção a uma perspectiva enunciativa, levando-se em conta, especialmente, as noções de texto e discurso - este da ordem da imanência, aquele do domínio da realização - que subjazem os compêndios em análise. Para tratar das inúmeras nuances que envolvem as relações entre texto e discurso, fazem-se necessários alguns princípios como os de interdiscurso e os de intertextualidade, sem considerar as noções de texto e discurso sinonímicas. Norteamo-nos pelo julgamento de que a língua se atualiza em enunciados concretos, um todo formado pela parte material e pelos contextos de produção, circulação e recepção, sem, no entanto, associarmos isso a texto, porque esse termo é, em algumas teorias, marcado historicamente pela maior ênfase ao estudo da composição verbal, material. Por fim, cada uma das seis gramáticas contemporâneas do português concebidas aqui como corpus terão suas perspectivas textuais e discursivas analisadas sob uma visão enunciativa.


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