FIGURAÇÕES DA MORTE NA LITERATURA DE BARTOLOMEU CAMPOS DE QUEIRÓS E MIA COUTO
Resumo
Aproximar infância e morte soa-nos, em princípio, irreconciliável. Precisamos, portanto,para por em diálogo tais conceitos, pensar nos sentidos que possuem dados osrespectivos campos de força em que são empregados. A partir das desconstruçõesdesses sentidos no que se refere aos parâmetros hegemônicos que supostamente ossustentam, o presente trabalho visa a desenvolver diálogos entre algumas representaçõesliterárias da relação entre infância e morte presentes em obras endereçadas ao públicoinfanto-juvenil. Por um lado, temos o imaginário brasileiro em Ate passarinho passa...(2003) e Por parte de pai (1995) de Bartolomeu Campos de Queirós e, por outro, omoçambicano, nas obras O beijo da palavrinha (2006) e Chuva pasmada (2004) de MiaCouto. O trabalho objetiva equacionar as heranças coloniais em ambos os universosliterários, vistas questionadas a partir da opção de elencar tal aproximação temáticacomo forma de propor outros pilares de construção epistêmica para além daeurocêntrica. O livro infanto-juvenil é um objeto de arte que suscita pensar os marcoscivilizacionais das sociedades brasileira e moçambicana, e, para tanto, utilizaremostextos teóricos que são propulsores de visões outras da infância, além dabiopsicossocial. Do mesmo modo, atendendo, inclusive, à proposta de estudo emrelação à temática da morte acima apresentada, pretendemos nos ater com maiorminúcia no que diz respeito a uma forma de/para descolonizar o olhar.
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