CIDADE FRAGMENTADA: UM OLHAR SOBRE O CONTRASTE
Resumo
Neste trabalho, buscarei pensar a respeito da imagem do subúrbio enquanto a de um lugar incompatível com o cenário do progresso, do consumo e dos mecanismos que fazem pulsar a vida dessa metrópole brasileira. A fim de desenvolver a questão levantada, terei como suporte o romance de Rubens Figueiredo, Passageiro do fim do dia (2010), que reflete sobre desigualdade social e sobre os meios utilizados para legitimá-la e reproduzi-lá, bem como as leituras de Renato Cordeiro Gomes, Zuenir Ventura, Beatriz Sarlo, Paulo Roberto Tonani do Patrocínio, Regina Dalcastagnè, Michel Maffesoli e Glauciane Reis Teixeira. A partir da perspectiva abordada nesta pesquisa e também pelos autores mencionados, torna-se fundamental, portanto, a análise dos bairros denominados na obra de Tirol e Várzea, que se figuram como obstáculos para o desenvolvimento e funcionamento de um grande centro urbano, impulsionado pelo mercado de consumo. Eles são, por conseguinte, o atraso do qual essa cidade não precisa e, por isso, o descarte e o esquecimento se mostram partes inevitáveis na existência desses sujeitos excluídos do sistema imposto. Resta, então, o embate entre dois mundos que, apesar de representarem espaços geográficamente próximos, encontram-se socialmente distantes. Sendo assim, a imagem de uma “cidade maravilhosa” contrasta com o universo figurado por esses indivíduos que nela se encontram, e que são destituídos de usufruir de direitos e privilégios proporcionados pelo centro urbano carioca.
PALAVRAS-CHAVE: cidade fragmentada, contraste, desigualdade social.
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