AUTOBIOGRAFIA EM PAISAGENS: UM NOVO OLHAR SOBRE A VIAGEM À ITÁLIA

Gabriel Alonso Guimarães

Resumo


Esta pesquisa volta-se para um relato de viagem de Goethe, intitulado Viagem à Itália, para tentar defender uma nova tese. Partindo das tradições retóricas da arte da memória e da écfrase, ela busca relacionar três conceitos – escrita, imagem, memória – nessa autobiografia tardia do escritor alemão. Se Platão já pensava a memória como um suporte de imagens impressas, e ainda Paul Ricoeur procura fazer uma fenomenologia da lembrança a partir de uma da imagem, justifica-se a abordagem hermenêutica que procura ver, no texto memorativo, uma necessária configuração imagética. Considerando a forte relação de Goethe com as artes plásticas, principalmente durante sua viagem italiana, abre-se um campo ainda mais fértil para a investigação. No presente caso, pergunta-se pela imagem de paisagem e por suas múltiplas relações com a rememoração da escrita – ou, melhor dizendo, da descrição. É a écfrase a chave mais importante para essa interação, que é questionada também em níveis pré-textuais, como, por exemplo, na relação de corpo e ambiente.

PALAVRAS-CHAVE: Imagem, Memória, Goethe, Viagem, Itália.

 


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