ANTÓNIO RAMOS ROSA: A POTÊNCIA DA INDECIDIBILIDADE

Aline Duque Erthal

Resumo


Dando sequência às pesquisas do doutorado, em que temos desenvolvido o conceito de função deserto, detemo-nos neste trabalho sobre a escrita de António Ramos Rosa, observando, especialmente: 1. a instauração de uma referencialidade que não se obriga a uma colagem com um suposto real pré-discursivo e inequívoco; 2. a configuração paisagística de lugares problemáticos, rarefeitos e abertos. Essas duas práticas poéticas apontam para um espaço de relações que, embora possam se condensar momentaneamente em uma de suas facetas (em um verso, labirinto; em outro, floresta; etc), são irredutíveis a qualquer uma delas. A indecidibilidade se exerce, portanto, como uma ética – mas, ao contrário do que se poderia imaginar, essa poesia não se presta a escapismos: ela procurando o novo no aqui e no agora.

PALAVRAS-CHAVE: Poesia portuguesa, deserto, António Ramos Rosa.


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