“O SEGREDO”, DE LUIZ RUFFATO: UMA HISTÓRIA DE ERRÂNCIA E SOLIDÃO
Resumo
Refletir sobre as ruínas da condição humana parece não ser capacidade inerente a todo ser humano. A ficção, não como reflexo da realidade mas como terreno profícuo ao encontro da linguagem com as relações sociais, oferece uma oportunidade a essa reflexão a partir do trabalho crítico de muitos escritores e seu compromisso social com a história de seu país e seu mundo. Dessa forma, não adotando o paradigma da influência, nossa proposta é aproximar a temática de “O segredo” – última história de Mama, son tanto felice, primeiro volume da pentalogia Inferno provisório, de Luiz Ruffato (corpus central de nossa tese) – aos temas expressos em Vidas secas, A hora da estrela, Vida e época de Michael K. e O processo. Embora seja o exame de uma única história, percebe-se o caráter universal da narrativa de Ruffato que, neste texto, traça o perfil do Professor Francisco Pretti, personagem humilde, errante, desagregado (distante da família em função do “conhecimento” adquirido), solitário, enigmático, perseguido e prisioneiro de si mesmo: características diluídas, em maiores ou menores proporções, em Fabiano, Macabea, Michael K. e Josef K.. Com base nos estudos de Walter Benjamim e Lucia Helena, alcançamos uma melhor compreensão acerca da falta de adaptação dessas personagens, oprimidas pelos poderes instituídos na modernidade.
PALAVRAS-CHAVE: Ruffato, conhecimento, desagregação, condição humana.
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