MARCADORES DISCURSIVOS INTERRUPTIVO-ARGUMENTATIVOS NO PORTUGUÊS BRASILEIRO E NO PORTUGUÊS EUROPEU: UMA ABORDAGEM CONSTRUCIONAL

Flávia Saboya da Luz Rosa

Resumo


A investigação de marcadores discursivos formados por verbos, nomes ou interjeições - classificados como interruptivos - e pronomes locativos é realizada na perspectiva da abordagem construcional, baseada na inter-relação entre a orientação funcionalista e as contribuições do cognitivismo. O estudo aponta níveis de gramaticalidade representados, de acordo com Diewald (2002, 2006), em contextos fonte, atípico, crítico e isolado, isto é, originalmente referentes ao mundo bio-psíquico-social e que, por transferência de domínio, passam a exercer função discursiva, de nível pragmático. Concorrem para a identificação dos níveis de gramaticalidade a contemplação da redução fonológica dos termos analisados e os subprincípios da divergência e da estratificação (HOPPER, 1991). Os arranjos que atuam em nível mais pragmático, no domínio discursivo, são considerados construções gramaticais, nos termos de Traugott e Trousdale (2013), pareamentos de forma e significado. Assim, os marcadores discursivos são entendidos como microconstruções instanciadas por esquemas mais abstratos: mesoconstruções e macroconstruções. Admitimos, a partir dos postulados de Bybee (2010), que a construção espera aí, por ser mais frequente e convencionalizada no uso linguístico, serve de base analógica para a formação de novos usos, como as construções espera lá, calma aí, entre outras.

 

Palavras-chave: Construção. Construcionalização. Gramaticalização. Marcador discursivo.


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