A IMIGRAÇÃO JAPONESA NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO: HISTÓRIA, COLONIZAÇÃO E O ENSINO DE JAPONÊS

Marcionilo Euro Carlos Neto

Resumo


No presente trabalho apresentamos um panorama histórico da imigração japonesa no estado do Rio de Janeiro, destacando as dificuldades desses imigrantes para implementar o ensino da língua japonesa em seus núcleos coloniais. Para recontar a história dos imigrantes nipônicos nos diversos territórios do referido estado lançamos mão de pesquisas realizadas por Martins (2010) e Inoue (2012) que aliando informações relatadas por imigrantes japoneses e seus descendentes ao acervo iconográfico da imigração japonesa no Brasil, lograram recontar o processo imigratório nipônico em nosso país: imigrantes que tiveram como porta de entrada o Rio de Janeiro – local onde se formou a primeira colônia japonesa de nosso território nacional. Além disso, salientamos a história do ensino da língua japonesa no estado do Rio de Janeiro chamando a atenção para a falta de políticas linguísticas in vitro nesse percurso, dificultando o estabelecimento da aprendizagem do japonês pelos imigrantes e seus descendentes. A falta de elaboração de um plano de ensino de língua japonesa nas colônias por parte do Estado torna-se paradoxal ao considerarmos que a Constituição Federal do Brasil reconhece nosso país como plurilíngue, incluindo nesse reconhecimento as línguas de imigração. Consolidar uma política linguística no Brasil que possibilite uma educação que inclua as línguas minoritárias é uma tarefa necessária e relevante para o cenário multilíngue brasileiro. Somente considerar que nosso país é plurilíngue, sem desenvolver políticas que garantam esse plurilinguismo, representa um descaso com as minorias linguísticas, dificultando a integração linguístico-cultural. A história do ensino de língua japonesa nas colônias do estado do Rio de Janeiro nos permite afirmar que a implementação do japonês nas comunidades nipônicas desse estado sofreu e ainda sofre com a carência de uma política linguística que garanta a essas comunidades a preservação ou, em muitos casos, a revitalização de sua língua de imigração.

PALAVRAS-CHAVE: Políticas linguísticas, imigração japonesa, língua, imigração.


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