UM OLHAR, UMA PALAVRA, UM COMPORTAMENTO – ESTEREÓTIPOS NA (RE)CONSTRUÇÃO DO SUJEITO

Sabrina Sant'Anna Rizental

Resumo


Durante o seminário que celebrou o Dia Mundial dos Refugiados, a procuradora Tereza Basteiro apontou que atualmente existem mais de 50 milhões de pessoas refugiadas no mundo, superando pela primeira vez a cifra de vítimas forçadas ao êxodo durante a segunda guerra mundial. Os registros do Ministério da Justiça indicam que os pedidos de refúgio no Brasil aumentaram 2.131%, em 5 anos, e o Rio de Janeiro vem se tornando uma das cidades mais escolhidas por esses imigrantes que elegem o Brasil como país destinatário. Tentando adaptar-se à nova realidade na comunidade posta como generosa, esse estrangeiro, que para preservar a própria vida e a de seus familiares, deixou sua terra, sua história, sua identidade, segue pelo caminho desconhecido, lutando para vencer seus desafios. Como companheira, a perda que lhe atormenta. “Uma ferida secreta, que geralmente o próprio estrangeiro desconhece, arremessa-o nesse vagar constante” (Kristeva, 1994, p. 12). Mas o descaso e mesmo a animosidade que ele suscita no outro não lhe passam despercebidos. E nesse deslocamento de sentidos, ele busca um novo posicionamento em quanto sujeito neste contexto tão distinto cultural e ideologicamente. Esta pesquisa tem como objetivo refletir sobre alguns aspectos que permeiam os discursos postos como representações receptivas de um país suposto como nação acolhedora. Fragmentos de um proferimentofeito por Charly Kongo, refugiado da República Democrática do Congo, no mesmo evento que contou com a participação da Sra. Tereza Basteiro, bem como outras falas extraídas de um artigo do sítio G1 serão utilizados como material para, em consonância com os teóricos da Análise do Discurso, analisarmos algumas questões que influenciam no processo de (re)construção do sujeito nesse novo cenário.

Palavras-chave: Refugiado, Discurso, Sujeito.



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