PRODUÇÃO TEXTUAL NO LIVRO DIDÁTICO DO ENSINO FUNDAMENTAL: PARA QUEM O ALUNO ESCREVE?
Resumo
Este trabalho tem por objetivo analisar e refletir sobre o lugar da produção textual no livro didático (LD) de língua portuguesa (LP) do ensino fundamental (EF). Para tanto, o LD escolhido foi Português nos dias de hoje, 6º ao 9º ano, (FARACO; MOURA, 2012). Como córpus de análise consideram-se as tarefas de produção escrita e os pressupostos teóricos do manual do professor. Esse recorte levou em conta o entendimento do manual do professor como produção discursiva pautada numa determinada concepção de língua. Para o desdobramento das análises, também serão consideradas as concepções de prática escrita dos PCNs para o EF, os pressupostos da seção trabalhos com o texto, especificamente, produção de textos escritos, do PNLD 2014. Como base teórica se utilizará noções de discurso enquanto atividade interativa (MAINGUENEAU, 2009). Esse aporte teórico vislumbra a produção discursiva como a que pressupõe uma finalidade e que, obrigatoriamente, se pauta na constituição de um “eu” e um “tu”. Buscaremos mostrar de que modo as tarefas de produção escrita do LDLP situam o aluno nessa cena enunciativa. Como hipótese, pretendemos comprovar uma predominância de propostas de texto escrito que evidenciam a ausência de um interlocutor, e a partir da comprovação dela, refletir sobre as implicações dessa ausência materializada na produção escrita dos discentes. Por fim, as análises apontarão para a importância de um olhar atento por parte do professor aos pressupostos teóricos do LDLP em detrimento do encaminhamento das propostas de texto como um caminho que conduza a um trabalho com ensino de produção escrita de maneira mais eficaz e abrangente, e que seja capaz de proporcionar ao aluno crítica e autonomia em seus textos escritos.
Palavras-chave: produção escrita, discurso, interação, livro didático.
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