EFEITOS DE SENTIDO NA FOTOGRAFIA: DO ABSTRATO AO ICÔNICO; DO REFERENCIAL AO PLÁSTICO
Resumo
Por observamos que a dicotomia documento versus arte persiste na literatura sobre fotografia e por identificarmos que tal dicotomização é feita em um movimento de fora para dentro do texto – ou, muitas vezes, sem sequer levar em consideração as imagens, mas apenas o uso que se faz delas –, é que nasceu este artigo. Nosso objetivo é, então, problematizar a dicotomia em questão a partir de análises, que, sob a perspectiva da Semiótica Discursiva, observem o documental e o estético como efeitos de sentido, como estratégias enunciativas de um sujeito – e que, portanto, partam das próprias fotografias enquanto texto, considerando seu conteúdo e sua expressão.Assim, o que a literatura sobre fotografia costuma associar à ideia de documento – isto é, a iconicidade como a possibilidade de documentar a “realidade”, mostrá-la tal como ela é, por meio de uma câmera e sem interferência do homem –, a Semiótica concebe como um efeito de sentido próprio dos textos figurativos. Nessa perspectiva, e tomando a iconicidade como baliza, propomos, para caracterização dos efeitos de sentido de documento e de arte, um percurso que vai do abstrato ao icônico e do referencial ao plástico.A partir dessa caracterização, levantamos os conceitos de figuratividade, iconicidade e plasticidade – com especial atenção aos funcionamentos das figuras de expressão e de conteúdo – para mapearmos alguns tipos de “diluição da iconicidade” e de trabalhos com a plasticidade, com base nos estilos de alguns fotógrafos.
Palavras-chaves: semiótica; fotografia; iconicidade; plasticidade.
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